Icarar
A Luz Infinita
Este poema de Marco Valença chegou até mim pelas mãos de Biafra. E nos convidou à reflexão.
“Não quero mais nada na vida
Do que respirar e beber
Mares azuis, céus abertos
Nada mais o que é eterno
Não quero o que nunca se finda
Mas sim o amor que completa
E sela e cavalga e ícara
Eu quero o amor dos poetas
Que vela a luz infinita”
(“Poetas”, Marco Valença)
No poema, a sétima estrofe nos faz pensar no que seria icarar. Pensemos…
Certo que subir e voar são atos de icarar. Não atos, sinônimos. Mas também icarar pode ser ir por onde for e isso é uma viagem sem fim, tal qual o sonho.
Icarar, digo sonhar – penso voar – realiza, mas não estaciona. É o dia a dia de cada um em suas atribuições de matéria e espírito. É tentar e cumprir. É se saber feliz por realizar.
Icarar é ser rio e seguir e vencer obstáculos e se entregar humilde na imensidão criada pelos seus átomos.
Icarar é uma transformação do que sobe calor e precipita frescor.
É natural, é visível, é tangível, mas sublime. É simples como beijar, mas encantado como amar.
Icarem asas de um amor que se completa e sela e cavalga no sonho dos poetas. Luz infinita velada por Marco.