A Margem Esquerda do Rio
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01. A Margem Esquerda do Rio - Biafra - 1980
Biafra (1980)
Sou o que ninguém nunca quis ser
E por isso nunca faltarei
Na mesa dos fartos ricos cidadãos
Na mesa dos oprimidos sem perdão
E por isso sou o que dizem não ser capaz
De virar o mundo
Ou sofrer de amor
Enxerguei na noite
A sua luz
Procurei ao sol
Seu coração
Entreguei aos homens
Seu destino
Entreguei aos cegos
Sua mão
E por isso vou onde ninguém quer ir
E por isso vivo onde querem morrer
Dar nunca é melhor que receber
Diz a tola lei de seus patrões
Não é de ninguém seu velho coração
Não é dos faróis a sua luz
E pra quem quiser
Melhor é não ir atrás
Se esquecer de tudo
E viver por viver
Solo de um país que não pisei
Desconheço tudo que não sei
Deixa o sol brilhar
Minha cega paixão
Para não tentar mais ilusões
Para não deixar que o sorriso não seja meu
De algum amigo ou alguém como eu