Paulo Ciranda
O Som Natural do Amor
Paulo Celso Ciranda veio ao mundo sob o céu da pacata São Fidélis, interior do Rio de Janeiro no terceiro dia de novembro de 1956. Trouxe consigo a inspiração de cantar a natureza e o amor. Fiel aos seu sonhos, jamais se rendeu ao apelo comercial de canções fáceis e enveredou por um caminho em acordo com sua natureza: celebrar o belo, o meio-ambiente e o romance. Esta inclinação foi decisiva para a parceria com Biafra, outro romântico comprometido com as questões fundamentais do ser humano, como simplicidade, lealdade aos ideais e celebração ao amor. Ciranda estudou flauta transversa e teoria musical com Hector Costita em 1977, em São Paulo. Neste Estado, por sinal, participou da Feira da Cultura , em 1980 (promovida pela conceituada TV Cultura) e também do Seminário de Cultura de Batatais (1987) e do Festival Rímula de Música Regional, este em 1989. Sempre destacado como um excelente parceiro musical, Paulo Ciranda fez a primeira composição de sucesso com Biafra no ano de 1983 com a excepcional “Aguardente“, canção que foi tema da novela “Voltei Pra Você” (Rede Globo, 1983). Neste mesmo ano, Biafra e Ciranda lançaram uma canção-protesto pouco conhecida, mas fantástica – em letra e som: “Mar da Guanabara,” música inédita do disco de 1983. A partir de então, a sintonia entre Biafra e o compositor e cantor Paulo Ciranda cresceu e voltou a acontecer no disco de 1984 (“Existe Uma Ideia“) com “Cacareco“, “Onde o Mundo Estiver” e “Carol“, além, é claro, de “Aguardente” e, dez anos depois, no trabalho de 1994 (“Infinito Amor“), com “Maria e João“, leve forró com participação da cantora baiana Margareth Menezes.
Além das parcerias em composições, Biafra e Paulo Ciranda também cantam juntos: “Linea Colorada“, de 2006, por exemplo, pode ser ouvida sempre na Rádio Biafra. O cantor também gravou outros trabalhos de Paulo Ciranda com Arthur Gomes (amigo com quem Ciranda fez célebre parceria-show no Teatro de Bolso de Campos – RJ em 1981), tais como “Ave da Paz” (em “Despertar”, de 1981), “Dança Neném” (“Existe Uma Idéia”, de 1984) e “FM” (“O Sonho Deve Ser”, de 1985).
Paulo Ciranda participou dos grupos Terra Sol, com João Mourão, Maurício Novaes, Cristina Santos, Carmem Garcia, Claret e Ronaldo no ano de 1978 e Paulo Ciranda Trio, com Fernando Bittencourt (compositor também gravado por Biafra) e Assis Lima, em 1984. Entre as principais apresentações de Paulo Ciranda estão as realizadas em shows do grupo Terra Sol em 1978, nos Teatros Municipais de São Caetano – SP e de Santo André – SP, e no Teatro Cacilda Becker em São Bernardo – SP; no Festival de Música no Ginásio Municipal de Miracema – RJ, em 1984; na Noite do Axé no Circo Voador – RJ, também em 1984; no Projeto Visão no Teatro Leopoldo Fróes, Niterói – RJ, em 1987; no show “Terra a Vista”, no Teatro da Universidade Federal Fluminense – Niterói, no ano de 1992; no show “Mata Atlântica”, no Feitiço Mineiro, Brasília – DF, em 1998; no projeto Domingo na Praça – Planaltina, no mesmo ano e na abertura do show de Flávio Venturini, Macaé – RJ, também em 1998. Outras aparições importantes de Paulo Ciranda foram registradas no programa “Som Brasil” (Rede Globo). Paulo Ciranda, além de excelente compositor, também é cantor e tem vários discos gravados como:
- “Terra à Vista“, lançado pelo selo Niterói Discos em 1992 (neste disco tem o registro de “Aguardente” na voz de Ciranda);
- “Mata Atlântica“, lançado em 1997 (neste disco tem a faixa “Brisa de Itaipu“, executada pelo canal Discovery Channel);
- “Bicho Grilo“, lançado em 2001;
- “Amore, Amour, Love, Amor“, lançado pelo seu próprio selo (Prema) em 2005, disco fiel a sua temática de ecologia e valores humanos;
- “Tudo de Bom“, 2006 e
- “Forrozando“, 2007.
Paulo Ciranda, grande compositor, parceiro musical de Biafra, também já trabalhou como pesquisador musical na minisérie “Zumbi dos Palmares“, da TVE-REDE BRASIL, provando sua versatilidade e seu comprometimento com a música, cujo uso em seu trabalho sempre está voltado para a preservação da verdade dos sonhos, seja denunciando as agressões à natureza, seja engradecendo a mesma ou fazendo homenagens ao amor e a paz. Uma trajetória como esta não deixa dúvida a que clã pertence o homem Paulo Ciranda: à legião dos ícaros, quase imperceptível multidão que avança silenciosa e decidedamente em direção ao porto do bom gosto.